segunda-feira, 18 de abril de 2011

. OS DIFERENTES TIPOS DE DROGAS.




Olá turma!!!!!!
Refiz a tabela em que relacionava as drogas existentes, os seus efeitos e possíveis vícios. Boa leitura!

Segundo a cartilha oferecida pela Secretaria Nacional Anti-Drogas, Drogas são:
“substâncias que produzem mudanças nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional das pessoas. As alterações causadas por essas substâncias variam de acordo com as características da pessoa que as usa, da droga escolhida, da quantidade, frequência, expectativas e circunstâncias em que é consumida. Essa definição inclui os produtos ilegais (cocaína, maconha, ecstasy, heroína...) e também produtos como bebidas alco-ólicas, cigarros e vários remédios, que são legais, apesar de haver restrições em sua comercialização. Por exemplo: é proibida a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade”.

Além disso, podemos dizer que as drogas de abuso:

atuam no cérebro alterando o seu funcionamento e comportamento e, podem levar à dependência. São chamadas drogas psicotrópicas. O termo abuso diz respeito ao uso de uma substância em quantidade potencialmente produtora de prejuízos. Este potencial de prejuízos está relacionado ao fato dessas drogas inicialmente produzirem uma sensação agradável de bem-estar através de uma ação direta ou indireta sobre uma via cerebral responsável por nossa capacidade de sentir satisfação naturalmente. O problema é que com o uso repetitivo da droga, esta sensação agradável vai diminuindo e o indivíduo aumenta a quantidade de uso da droga para voltar a sentir aquele bem estar inicial. Isto se chama tolerância e assim inicia-se a dependência.”

As drogas podem ser classificadas segundo seus mecanismos de ação no Sistema Nervoso Central, em ESTIMULANTES ou DEPRESSORAS da atividade cerebral ou ainda as que causam alucinações (ALUCINÓGENAS).
Então vamos a esta classificação:



ESTIMULANTES

ANFETAMINA

História - Na década de 1930, nos EUA, foi sintetizada a primeira anfetamina, a benzedrina, para o tratamento da asma. Por serem drogas sintéticas criadas e modificadas (desenhadas) em laboratórios são também chamadas de ‘design drugs’. Algumas metanfetaminas, como o ecstasy, produzem alucinação e por isso são classificadas também como alucinógenas.
Efeito – As anfetaminas são potentes inibidores do apetite, porém seu uso é recomendado somente nos casos de obesidade mórbida. Entretanto, frequentemente observamos um uso terapêutico inadequado das anfetaminas em tratamentos emagrecedores, não raramente levando à dependência química. O Brasil é um dos maiores consumidores mundiais de anfetaminas. Além de estimular o sistema de recompensa cerebral, têm importante efeito sobre a formação reticular aumentando o estado de alerta, deixando o usuário “ligado, aceso, elétrico”, com menos sono e uma sensação de maior energia.
Danos - Outros efeitos incluem verborragia, estimulação do sistema simpático, agressividade, irritabilidade e psicose anfetamínica (semelhante à cocaínica).
Vício – A síndrome de abstinência cursa com apatia, fadiga, sono prolongado, agressividade, irritabilidade e depressão.


COCAÍNA (Erythroxylon coca)

História - O ‘epadu’ dos índios brasileiros, cujas folhas ainda hoje são utilizadas pelos povos andinos como revigorante e para eliminar a fome, deu origem no século XIX a um dos mais poderosos estimulantes do SNC, a cocaína. Este anestésico local chegou a ser prescrito por Freud como ansiolítico e antidepressivo. Logo se percebeu seu alto poder de causar dependência, tornando-se “ouro branco” para os narcotraficantes. No início do século XX houve nos EUA uma verdadeira epidemia de dependência de cocaína e seu uso terapêutico foi abandonado.
Efeitos – Simula o efeito da adrenalina, a droga que o próprio corpo produz e que é liberada quando estamos diante de um perigo. Assim como a adrenalina, a cocaína deixa o corpo como se estivesse preparado para lutar ou fugir; aumenta o ritmo cardíaco, dilata as pupilas, corta  a fome, alivia a dor e acaba com o sono. O efeito psicológico é uma sensação de confiança, força e alerta.
Danos – A cocaína pode causar dores no peito, convulsões, parada cardiorrespiratória, overdose, coma e morte. Pode causar também degeneração muscular, perda de apetite sexual, alucinações e delírios.
Vício - Muitos usuários que fazem uso abusivo de cocaína desenvolvem compulsão pela droga e sofrem de intensa depressão quando ficam sem ela. A sensação só é amenizada quando conseguem usá-la novamente.

CRACK

Efeitos – É uma forma diferente e mais perigosa de consumir cocaína. O pulmão absorve mais rapidamente a droga, provocando um efeito imediato, mais intenso, mas de menor duração.
Danos - basicamente os mesmos da cocaína em pó, apresentados anteriormente, só que ainda mais potencializados
Vício - Em muitos casos, dependendo da predisposição genética, os indivíduos desenvolvem sintomas como depressão, delírios e ataques de pânico. O uso ainda pode provocar transtorno bipolar, resultado do mecanismo de rápida e intensa euforia, logo após o uso da droga, que logo é substituída pela depressão, quando o usuário está em abstinência.


ECSTASY


Efeito – É um tipo de anfetamina que provoca a liberação de serotonina, uma substância produzida pelo próprio corpo ligada ao prazer. O efeito psicológico é um forte contentamento, sensação de plena felicidade e encontro no presente, alucinações leves, aumento da libido e secura da boca
Danos – Alucinações, perda da noção de tempo. O uso prolongado pode causar depressão, ansiedade e pânico. Se tomado em excesso, pode danificar as células nervosas e causar depressão crônica. 
Vício - O desenvolvimento de tolerância pode ser favorecido pelo uso contínuo do ecstasy. A dependência psicológica pode verificar-se mas não existem dados conclusivos relativamente à dependência física.

TABACO (Nicotiana tabacum)

História - Há registros do uso do tabaco pelos povos indígenas das Américas desde 1000 a.C., com fins curativos. Ao longo de sua história foi utilizado para tratar desde úlceras até unha encravada. A partir do século XIX e de forma mais intensa no século XX, as associações do cigarro a imagens de pessoas bonitas, jovens, esportistas, bem-sucedidas, sensuais, homens “machos”, mulheres “femininas e decididas” tornaram a droga um atrativo, especialmente para os jovens.
Efeito – aumento do estado de alerta, da atenção e do desempenho psicomotor (especialmente sob condições de estresse). Também diminui o apetite. Além disso, provoca taquicardia, aumento da pressão arterial, redução da motilidade gastrintestinal e um pequeno aumento da atividade motora.
Danos – Os efeitos tóxicos são inúmeros, comprometendo o funcionamento de todos os sistemas orgânicos, provocando desde inflamações de mucosas até neoplasias, predisposição a infecções, infartos e hemorragias. Esta toxicidade faz do cigarro a droga que mais extensamente e gravemente afeta o organismo, sendo responsável por uma elevação substancial dos gastos públicos para o tratamento de doenças a ela relacionadas.
Vício – A abstinência à nicotina manifesta-se com fissura (desejo incontrolável de uso), irritabilidade, agitação e ansiedade (por isso o fumante diz que o cigarro acalma), dificuldade de concentração, sensação de incapacidade de lidar com o estresse, sudorese, tontura, insônia e cefaléia.




DEPRESSORES

Opiáceos e opióides (Ópio, morfina, heroína e outros)

História - São assim denominados por terem sua origem no ópio, extraído da papoula. São substâncias opióides a morfina, a codeína e a heroína, sendo este último um derivado sintético que leva à dependência mais facilmente que os demais. São também chamados de narcóticos, porque produzem hipnose e analgesia (hipnoanalgésicos).
Efeitos – Provocam sono, alteração do humor, alucinações, redução da tosse, e relaxamento muscular. Os efeitos desejados pelos usuários recreacionais são uma sensação de bem estar e contentamento, um torpor e calmaria em que a realidade e a fantasia se misturam, como um sonhar acordado.
Danos – O uso intravenoso, especialmente da heroína, causa uma sensação de prazer instantânea, conhecida como “rush”. Esta experiência desencadeia um desejo intenso de repeti-la, sendo responsável pelo elevado índice de dependência a estas substâncias.
Vício – Causam dependência séria, que costuma durar a vida toda. A crise de abstinência inclui náuseas, vômitos, dores musculares, cólicas intestinais e diarréias.


ALCÓOL

Efeitos - A intoxicação aguda pelo etanol geralmente aparece com a ingestão de duas ou mais doses e caracteriza-se por: (a) alteração do humor (pode variar da euforia até o desânimo, apatia, passando por comportamento inconveniente com irritabilidade e/ou agressividade); (b) aumento da sensação de autoconfiança; (c) alteração da percepção do que está acontecendo ao seu redor, prejudicando a capacidade de julgamento; (d) diminuição da atenção, dos reflexos e da capacidade motora (CUIDADO AO DIRIGIR!); (e) visão dupla; (f) tontura e sonolência; (g) náuseas e vômitos; [[heart]]coma, parada cárdio-respiratória e morte.
Danos – A repetição do uso de álcool por longos períodos, caso típico dos alcoolistas, leva à intoxicação crônica. Esta se caracteriza por: (a) perda de memória, confusão mental e demência; (b) lesões orgânicas, principalmente gastrite, pancreatíte, hepatite e cirrose; (c) deficiência de vitaminas, especialmente das do complexo B, e desnutrição; (d) perda de massa muscular e dores musculares, principalmente nas pernas; (e) alterações das hemácias e da coagulação do sangue; (f) queda das defesas imunológicas, predispondo a infecções (pneumonia, tuberculose, etc).
Vício – A súbita interrupção do uso crônico também causa uma série de sintomas que caracterizam a síndrome de abstinência: irritabilidade, tremores, confusão mental e delirium tremens (alucinações, convulsões, desorientação e agitação psíquica).


ANSIOLÍTICOS OU TRANQUILIZANTES (VALIUM, Lexotam)

Efeitos - São drogas farmacêuticas usadas para diminuir a ansiedade e a tensão, mas que produzem pouco ou nenhum efeito sobre as funções motoras ou mentais. Relaxam os músculos, induzem o sono, reduzem o estado de alerta. Vendidos sob prescrição médica
Danos – Dificultam os mecanismos de aprendizado e memória. A combinação com álcool pode matar
Vício – Causam dependência séria, com síndrome de abstinência grave.


BARBITÚRICOS ( sedativos, calmantes e anestésicos)
Os barbitúricos (ou derivados do ácido barbitúrico) foram por muito tempo, a droga de escolha para o tratamento da insônia. Hoje em dia, os barbitúricos são apenas utilizados no tratamento de distúrbios convulsivos e na indução da anestesia geral.
Efeitos – causam sonolência e relaxam. Até bem pouco tempo eram liberados, mas hoje são vendidos sob prescrição
Danos -  A dose letal do barbitúrico varia de acordo com muitos fatores, mas é provável que o envenenamento grave ocorra com a ingestão de uma só vez de doses dez vezes maiores que a dose hipnótica total.
Vício - O uso crônico de barbitúricos pode levar ao desenvolvimento da tolerância.

BENZODIAZEPÍNICOS

Efeitos – causam auto-confiança, relaxamento. Substituíram os barbitúricos nos anos 80 porque eram mais efetivos no alívio da ansiedade, tinham menos efeitos colaterais, eram mais seguros contra overdose. São vendidos sob prescrição médica
Danos – dificultam o aprendizado e a memória, e mesmo em doses terapêuticas pode causar graus variados de tonteira, lassitude, tempo de reação aumentado, falta de coordenação motora
Vício - O desenvolvimento da dependência ocorre devido ao uso crônico de benzodiazepínicos e sua magnitude é dependente da dose utilizada. A síndrome de abstinência caracteriza-se por: insônia, ansiedade e alucinações.


ALUCINÓGENOS

MACONHA

História - A maconha é composta por folhas e flores secas da Cannabis sativa. Da seiva desta planta origina-se o haxixe (pasta), pouco usado em nosso país. Ambas tem como princípio ativo o THC (tetrahidrocanabinol), sendo o haxixe dez vezes mais potente. O THC tem propriedades analgésica, hipnótica e espasmolítica.
Efeitos – sensação de calma, relaxamento e bem estar, acompanhada de aguçamento da percepção sensorial com intensificação dos sons e da visão, que adquirem um caráter fantástico. Outros efeitos são a hilaridade, angústia, tremores, sudorese, prejuízo da memória e da atenção, alteração da percepção espacial e temporal, delírio e alucinações. Os olhos ficam avermelhados, a boca seca, o coração dispara e ocorre broncodilatação.
Danos – O uso crônico leva a déficit de aprendizado e memória, diminuição progressiva da motivação – apatia e improdutividade (síndrome amotivacional), piora de distúrbios psíquicos preexistentes, bronquites e infertilidade (por redução da quantidade de testosterona).
Vício – A síndrome de abstinência tem intensidade mais fraca que as descritas anteriormente e caracteriza-se por náusea, agitação psicomotora, irritabilidade, confusão mental, taquicardia e sudorese.


LSD ou ÁCIDO LISÉRGICO
História - O LSD é mais conhecido apenas como ‘ácido’. O êxtase é uma metanfetamina (metilenodioximetanfetamina) sintetizada em 1914 como um moderador do apetite.
Efeitos – é a mais potente droga alucinógena existente produzida em laboratório. Alguns microgramas (um milésimo de um miligrama, que é um milésimo de um grama) são suficientes para causar uma sensação de euforia e excitação acompanhada por ilusões e alucinações auditivas e visuais agradáveis. Ocorrem distorções na percepção do ambiente (cores, formas e sons) e sinestesias (estímulos olfativos e táteis parecem visíveis e cores podem ser ouvidas). Tem poucos efeitos visíveis no corpo além de dilatar 
as pupilas.

Danos – ansiedade e depressão, podem ocorrer surtos psicóticos de longa duração, como a pessoa ter certeza absoluta que nunca mais voltará ao normal, e também o famoso flashback que é uma volta dos efeitos da droga dias depois de sua ingestão. A experiência “destas má-viagens” fica gravada no cérebro por muito tempo. Mesmo depois de meses sem usar a droga, pode ser revivida como se acontecesse novamente.  
Vício – Não provoca dependência nem crise de abstinência, mas pode haver dependência psicológica

CONCLUSÃO
               Conhecer as substâncias usadas como drogas de abuso, suas ações e efeitos é importante para compreendermos melhor o fenômeno da dependência química e para elaborarmos a melhor forma de intervir terapeuticamente. Saber que além da sensação de prazer estas substâncias provocam uma série de efeitos desagradáveis, com sérios riscos para a saúde, pode auxiliar nas abordagens preventivas.



Referências

Sites
Secretaria Nacional Anti-Drogas (Cartilha sobre Maconha, Cocaína e Inalantes) 

LEMOS, Tadeu. Ações e efeitos das drogas de abuso. In: Prevenção ao uso indevido de drogas. Curitiba: SEED, 2008. p. 51-60. (Cadernos Temáticos – Desafios Educacionais Contemporâneos). Disponível em: http://www.nevusp.org/downloads/down156.pdf.

Sobre o Ecstasy:

Livro
VERGARA, Rodrigo – Drogas, Coleção Para Saber Mais/Super Interessante, Editora Abril, 2003

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